Seca e altas temperaturas preocupam Campos
O presidente da Asflucan, Tito Inojosa, considerou a situação crítica, principalmente porque não há previsão de chuva para os próximos 20 dias
A falta de chuva e o tempo seco, aliados às queimadas que vêm atingindo várias cidades do país, não têm causado preocupação apenas ao setor produtivo, mas também aos órgãos da municipalidade. Em Campos, conforme dados da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf), do início do ano até agora choveu 709 mm. Os números mostram, ainda, que até o mês de março choveu 359 mm e, desde então, só choveu 80 mm. Em 2023, choveu 754 mm durante todo o ano. A diferença em relação a este ano é que, no ano passado, as chuvas foram mais distribuídas, ocorrendo em abril, maio e agosto, com alternância de meses.
Nesta quinta-feira (26), o prefeito Wladimir Garotinho usou as redes sociais para demonstrar sua preocupação com a seca, agravada pelas altas temperaturas. “Já faz seis meses que não chove de forma significativa e, com isso, toda a Região Norte e Noroeste Fluminense vêm sendo prejudicada com as queimadas, perda da plantação e até morte de animais”.
O prefeito ressaltou que nove municípios da Região Norte e 13 do Noroeste aguardam a votação pelo Senado Federal do projeto de lei 1.440/2019, que classifica essas regiões como áreas de semiárido. O projeto prevê a ampliação da abrangência do Benefício Garantia-Safra e institui o Fundo de Desenvolvimento Econômico do Norte e Noroeste Fluminense.
“Esse projeto, de minha autoria quando deputado federal, está pronto para ir à pauta do Senado, pois já foi aprovado em todas as comissões e também pela Câmara do Deputados”, disse Wladimir, ressaltando que a alteração da classificação climática vai oportunizar novas linhas de crédito, com juros mais baixos, para que o setor produtivo possa fazer investimentos que ajudem a amenizar as dificuldades neste período de seca.
Em dezembro de 2023, Wladimir e outros prefeitos da região estiveram em Brasília, onde se reuniram com o senador Humberto Costa, líder do governo Lula no Senado, para tratar do projeto de lei.
Desde junho, segundo o secretário municipal de Agricultura, Pecuária e Pesca, Almy Junior, a Prefeitura vem relatando as dificuldades enfrentadas pelo município em relação à crise hídrica. Ele disse que ações estão sendo executadas, notadamente no que se refere a recursos hídricos, com limpeza de canais e de bebedouros, com o objetivo de minimizar a seca que assola a região. “Muitos agricultores que trabalham com a pecuária estão com dificuldade de alimentação para o gado, principalmente aqueles que não tiveram condições de ter uma capineira ou silagem como reserva”.
O presidente da Associação Fluminense dos Plantadores de Cana (Asflucan), Tito Inojosa, considerou a situação crítica, principalmente porque não há previsão de chuva para os próximos 20 dias. “Não está pior porque os canais estão sendo limpos por meio de uma parceria entre a Asflucan, a Secretaria de Agricultura e o Cidennf. Já a manutenção das comportas vem sendo feita pela Coagro e pela Asflucan”, disse Tito, ressaltando que somente em fevereiro ou março do ano que vem será possível saber a estimativa de produção de cana-de-açúcar na próxima safra.