Assentamento em Campos recebe visita do ministro do Desenvolvimento Agrário

Assentamento em Campos recebe visita do ministro do Desenvolvimento Agrário

Encontro com agricultores em Cambahyba foi para discutir processo da reforma agrária, que está em andamento

Fotos: Gabriela Fonseca / Para Imprensa do Sindipetro NF

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, visitou, nesta sexta-feira (1), as terras da antiga e desativada Usina de Cambahyba, em Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. A iniciativa foi para discutir a implantação da reforma agrária na região e inclusão das famílias no processo, que está em andamento. A visita foi considerada histórica, sendo a primeira vez que um ministro da pasta esteve em um local com um passado marcado por conflitos sociais, incluindo violência, trabalho análogo ao escravo e assassinatos, como o de Cícero Guedes, uma das principais lideranças do MST na região.

A área, desapropriada em 2021 por improdutividade, receberá 185 famílias através do Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA), em um assentamento que levará o nome do líder assassinado. O governo federal prometeu apoio financeiro significativo para as famílias, incluindo recursos para construção de moradias e fomento à produção.

O presidente do Incra, César Aldrighi, destacou os investimentos em crédito para instalação e apoio inicial à produção, buscando garantir a sustentabilidade do assentamento. “A visita demonstra o compromisso do governo com a reforma agrária e a busca por justiça social na região”, ressaltou Aldrighi.

Representantes locais comemoraram a iniciativa, ressaltando mais de 20 anos de luta pela terra e a esperança de que o assentamento represente o fim dos conflitos e o início de uma nova era de prosperidade para as famílias. A transformação de um local marcado por violência e sofrimento em um espaço de produção e desenvolvimento representa um marco importante na história de Cambahyba.

É um momento histórico, porque Cambahya é um lugar de muitas dores. Um local com muita mão-de-obra escravizada no passado. Aqui foram incinerados 12 corpos de vítimas da ditadura militar. É uma terra de muitas chagas e esperamos que, a partir de agora, passe a ser uma terra de muitas esperanças”, concluiu o ministro Paulo Teixeira.