Operação que terminou com mais de 60 mortos foi planejada por dois meses
Segundo o Estado, foram mais de um ano de investigações
A Operação Contenção feita nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio, nesta terça-feira (28), foi a maior já realizada no estado nos últimos 15 anos. A ação integrada das polícias militar e civil, foi planejada por 60 dias, após mais de um ano de investigações. O saldo até o momento é de 81 presos, 93 fuzis apreendidos e grande quantidade de drogas ainda sendo contabilizada, além de 60 pessoas mortas, possivelmente ligadas à facção criminosa Comando Vermelho. Quatro policiais também foram a óbito, dois militares e dois civis. Mais de 2.500 agentes foram mobilizados.
Em coletiva de imprensa na Cidade da Polícia, o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), afirmou haver possibilidade de lideranças criminosas estarem escondidas nas comunidades. Segundo ele, as forças federais não participaram da operação.
“A operação é maior que a de 2010 e não tem nenhum auxílio das forças federais. O Rio está sozinho nessa operação. (…) O Rio não produz esse poder bélico e isso tá entrando pelas fronteiras e financiado via lavagem de dinheiro”, disse. O objetivo é capturar lideranças criminosas e conter a expansão territorial do Comando Vermelho.
A operação cumpriu centenas de mandados de prisão e de busca e apreensão expedidos pela Justiça a partir de inquéritos da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). A ação teve o apoio do Ministério Público Estadual e, segundo o Governo do Estado, cumpre todas as medidas determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no âmbito da ADPF 635, como o uso de câmeras operacionais corporais e apoio de ambulâncias na região.
“Estamos atuando com força máxima e de forma integrada para deixar claro que quem exerce o poder é o Estado. Os verdadeiros donos desses territórios são os cidadãos de bem, trabalhadores. Seguiremos firmes na luta contra o crime organizado. O que estamos enfrentando não é mais crime comum, é narcoterrorismo. Os criminosos estão usando tecnologia de guerra: drones, bombas e armamentos pesados. Mas o Estado está preparado” ressaltou Castro.
Participam da operação policiais militares do Comando de Operações Especiais (COE), de batalhões da capital e da Região Metropolitana, além de equipes da CORE e de todas as delegacias especializadas da Polícia Civil. O aparato tecnológico inclui dois helicópteros, 32 blindados terrestres, drones, 12 veículos de demolição do Núcleo de Apoio às Operações Especiais da PM e ambulâncias do Grupamento de Salvamento e Resgate.
O governador destacou que a política de segurança do Estado tem se baseado em investigação, integração e investimento. Pelo terceiro ano consecutivo, o Governo do Rio ultrapassa R$ 16 bilhões em recursos destinados à área, o maior volume em mais de uma década. Castro também elogiou a atuação das forças policiais e ressaltou que o planejamento da operação buscou minimizar o impacto sobre os moradores.
“Os confrontos acontecem majoritariamente em áreas de mata. Todo o planejamento foi feito para proteger vidas, atuando fora das regiões urbanas e reduzindo o risco para a população. Isso mostra o nível de responsabilidade e preparo das nossas forças” completou.
Para o governador, o momento exige união e maturidade nacional no enfrentamento ao crime organizado.
“Essa guerra não é só do Rio, é do Brasil. Nenhum Estado consegue vencer sozinho. O tráfico atua em todos os estados e tem poder econômico. Precisamos de um pacto nacional pela segurança pública, com apoio de todas as instituições, inclusive das Forças Armadas. Não é uma briga política. É um clamor em prol da segurança pública. O que existe, infelizmente, é a falta de priorização da segurança no cenário nacional. E quem sofre com isso é o cidadão” destacou.
*Com informações da Secom do Governo do Estado do Rio de Janeiro

