Porto do Açu e Toyo Setal vão desenvolver planta de fertilizantes hidrogenados
Parceria foi anunciada nesta semana
O Porto do Açu e a Toyo Setal anunciaram, na quarta-feira (12), uma parceria para desenvolver planta de produção de fertilizantes nitrogenados no terminal portuário, em São João da Barra, no Norte Fluminense, segundo noticiou o site especializado Petronoticias. As empresas trabalharão em conjunto na estruturação, desenvolvimento, licenciamento ambiental e busca por investidores estratégicos para o projeto. A estimativa é que a futura planta tenha capacidade de produzir 1,38 milhão de toneladas de ureia e 781,5 mil toneladas de amônia por ano a partir do aproveitamento do gás natural. José Firmo, CEO do Porto do Açu, disse que em 2022, mais de 90% dos fertilizantes nitrogenados consumidos no Brasil foram importados.
“O Porto do Açu já está consolidado como uma solução logística para a importação de fertilizantes. A parceria com a Toyo Setal nos permite dar um passo adiante em nossa estratégia de estabelecer o Açu como um polo de produção de fertilizantes no Brasil, contribuindo para ampliar a produção nacional e balancear a nossa dependência à importação” disse Firmo.
Com experiência em projetos de fertilizantes, a Toyo Setal mantém relacionamento com uma ampla variedade de produtores em todo o mundo e possui sua própria tecnologia de produção. A empresa tem a maior capacidade instalada de projetos de amônia e ureia no mundo. São 87 projetos de amônia e 112 projetos de ureia no portfólio da Toyo Setal, que possui escritórios nos Estados Unidos, Europa, Ásia e América do Sul. A empresa é proprietária da tecnologia de produção de ureia e tem parceria de longa data com a KBR na tecnologia de produção de amônia (KBR Purifier TM Process).
O CEO da Toyo Setal, Dorian Zen, lembra que os fertilizantes são o alimento das plantas, estas dos animais e, ambos, dos seres humanos, sendo, portanto, um insumo essencial à sobrevivência humana. “Além de sua grande importância para a produção de fibras e energia, a missão de ofertar alimentos em quantidade e com qualidade para a população é um dos mais importantes pilares para a garantia da paz de qualquer sociedade. A Toyo Setal e o Porto do Açu se sentem, portanto, motivados e honrados em contribuir para buscar a concretização deste projeto que entendem ser vital para o país e alinhado ao cumprimento desta missão”, declarou.
A parceria focará inicialmente na tecnologia que utiliza o gás natural como matéria-prima para a produção de fertilizantes. Numa segunda etapa, a parceria prevê também a produção de amônia verde, obtida a partir do hidrogênio via eletrólise da água. Neste ano, o Açu deu início ao licenciamento ambiental de um cluster de hidrogênio de baixo carbono no Açu com 4GW de capacidade instalada. O Porto do Açu começou a movimentar fertilizantes em 2021, quando realizou a primeira operação do Estado do Rio de Janeiro. Desde então, já foram movimentadas cerca de 100 mil toneladas de fertilizantes pelo porto. Neste ano, foram inaugurados mais dois armazéns, que aumentam em quatro vezes a capacidade estática de armazenamento para 110 mil toneladas e dobram a área alfandegada do terminal para 360 mil m². Depois de se consolidar como porta de entrada competitiva para o mercado de fertilizantes, o complexo portuário agora avança na cadeia de valor e trabalha para instalar uma unidade misturadora de fertilizantes na retroárea do porto.
Na avaliação do Presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, o programa tem um papel estruturante para a economia fluminense. “A Firjan recebe com muita satisfação a notícia de concretização da parceria entre o Porto do Açu e a Toyo Setal para a instalar uma fábrica de fertilizantes de baixo carbono no Rio de Janeiro. Como maior produtor de gás natural no país e localização estratégica, o nosso estado tem plenas condições de assumir um papel de protagonismo no agronegócio brasileiro, revertendo a dependência externa do Brasil na área de fertilizantes e atraindo investimentos na nova fronteira energética”.