Sargento da PM é preso na Operação Asfixia em Petrópolis

Justiça manda bloquear R$ 700 mil do Comando Vermelho
A Polícia Civil do Rio de Janeiro e o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (GAECO) realizam desde as primeiras horas da manhã desta quinta-feira (2), a segunda fase da Operação Asfixia contra o narcotráfico na Região Serrana. As ações ocorrem principalmente em Petrópolis, com agentes se movimentando para cumprir 18 mandados de prisão contra pessoas apontadas pelas investigações como tendo ligações com a facção criminosa Comando Vermelho (CV). Um Sargento PM e um servidor municipal também foram presos.
Segundo a polícia, as pessoas apontadas nas investigações fariam parte de um esquema para levar drogas do Parque União, no Complexo da Maré, no Rio, para a Região Serrana, principalmente em Petrópolis, nas localidades de Araras, Nogueira e Madame Machado. As investigações apontaram que 55 pessoas estariam envolvidas no esquema, sendo os principais líderes escondidos no Complexo da Maré, onde a polícia estava atuando simultaneamente.
Até o início da tarde, 11 pessoas haviam sido presas e levadas para a Delegacia de Itaipava, em Petrópolis, responsável pelas investigações. O que mais chamou a atenção foi que entre os presos estavam o sargento PM Bruno da Cruz Rosa, lotado no 20º BPM (Mesquita), e o assessor especial Robson Esteves de Oliveira, da Secretaria Municipal de Serviços de Petrópolis.
Segundo a Polícia Civil, o sargento Bruno e o assessor municipal Robson Esteves compravam aparelhos de GPS e depois instalavam em viaturas da PM para rastrear os deslocamentos das equipes policiais, a mando do Comando Vermelho. Além das prisões, a Justiça mandou bloquear cerca de R$ 700 mil em bens da organização criminosa. A Operação Asfixia avançou pela tarde atrás dos outros sete procurados.
Sobre o sargento PM Bruno Rosa, a Corregedoria-Geral da corporação acompanhou o cumprimento do mandado de prisão. Ele vai para uma Unidade Prisional em Niterói e responderá a processo administrativo disciplinar que avaliará sua permanência ou não na corporação. A PM destacou que não compactua com desvios de conduta e reforçou a atuação no combate a crimes cometidos por seus integrantes.
Sobre o servidor municipal Robson Esteves, a Prefeitura de Petrópolis informou em nota que tomou conhecimento da prisão e declarou não ter ciência de atividades ilícitas praticadas por ele, que trabalhava há quatro anos na Secretaria de Serviços. Segundo as investigações, ele mantinha uma vida paralela alheia às funções exercidas no Executivo. Diante da gravidade dos fatos, o chefe do Executivo determinou sua imediata exoneração.
Asfixia
A Operação Asfixia é uma iniciativa permanente das forças de segurança do RJ contra o avanço do Comando Vermelho pelo estado. Nas ações desta quinta, o objetivo era conter o braço da facção criminosa na Região Serrana, que fez Petrópolis como entreposto. A operação deverá ter novos desdobramentos.