Biografia de Narciza Amália será lançada dia 24 de julho em SJB

Biografia de Narciza Amália será lançada dia 24 de julho em SJB

O autor é o jornalista e historiador Bruno Costa 

Uma das mulheres de maior destaque na segunda metade do século XIX no Brasil foi a poeta Narciza Amália. Considerada a primeira jornalista profissional do país, a sanjoanense terá sua biografia lançada no dia 24 de julho quando completa 100 anos de seu falecimento. O livro “Narciza Amália, poeta da liberdade” é de autoria do jornalista e historiador Bruno Costa. O evento acontece no Centro Cultural Narcisa Amália, no centro histórico de São João da Barra, às 19 horas.

A obra traz a trajetória da escritora que desce cedo tramitada entre os intelectuais de sua época. Com apenas 16 anos inicia na imprensa com tradução de clássicos franceses o que lhe rende o primeiro livro com seu nome “Climas Antigos”. Suas poesias vão se pulverizando nos jornais brasileiros e no exterior, quando ela publica, aos 20 anos, sua obra-prima “Nebulosas”, o que lhe dá uma notoriedade ímpar na sociedade imperial e na Europa. Ela traduziria também “O romance da mulher que amou”, outro livro que tem o seu nome na capa.

Narciza Amália usou sua pena e a imprensa para se tornar crítica literária, abolicionista, republicana e feminista. Seus textos lutavam contra os preconceitos da época, pela libertação dos escravizados e pela equidade de gênero. Sua beleza e inteligência encantaram os mais diversos intelectuais de sua época. Nomes como Fagundes Varela, José do Patrocínio, Guimarães Junior, Teixeira de Melo, Raimundo Correia, Machado de Assis, inclusive o imperador D. Pedro II, fizeram questão de homenageá-la e conhecê-la.

Segundo Bruno Costa, o livro traz novidades, uma série de documentos, fotos inéditas, um capítulo dedicado à filha Alice Violeta que a historiografia não sabia de sua existência, além de mostrar como uma mulher rompeu barreiras num cenário machista e preconceituoso. “A tentativa de apagamento de mulheres ao longo da história é notório e o mesmo tentaram fazer com Narciza, mas como abordo no livro, a cada década surgiu algum jornalista, escritor ou pesquisador para colocá-la em evidência” relata o autor, acrescentando que a vida e obra dela deveria se tornar série, espetáculo teatral, enredo de carnaval.