Estado vai construir presídio de segurança máxima em Conceição de Macabu

Estado vai construir presídio de segurança máxima em Conceição de Macabu

Declaração de utilidade pública de uma área às margens da RJ-196 foi publicada no DO

Um novo presídio de segurança máxima deverá ser construído em Conceição de Macabu, cidade do Norte Fluminense. A informação está na edição desta quinta-feira (28), do Diário Oficial do governo do estado do Rio de Janeiro. A publicação traz a declaração de utilidade pública de uma área da Fazenda São Luiz, às margens da RJ-196, local escolhido para a construção.

De acordo com a publicação no DO, assinada pelo governador Cláudio Castro (PL), a Procuradoria Geral do Estado (PGE) irá conduzir, em caráter de urgência, o processo judicial de desapropriação. A declaração de utilidade pública é considerada o passo inicial da desapropriação do imóvel para construir a unidade penitenciária.

A medida acontece três dias após o Ministério Público Estadual (MPE-RJ) enviar uma comunicação à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) alertando sobre a necessidade de ampliar o orçamento para reformas e construções de novas unidades prisionais. O MP classifica a atual situação como grave e lembra que a população carcerária do estado ultrapassa 45 mil internos e tem um déficit de aproximadamente 16 mil vagas. Ainda segundo o MP, “o sistema prisional fluminense opera com severa insuficiência de recursos, o que impede melhorias estruturais e o cumprimento dos direitos básicos dos detentos”.

Mesmo com a inclusão de R$ 19,7 milhões para construções e reformas no orçamento de 2025, o montante é considerado insuficiente pelo MP para suprir as necessidades de um sistema em crise. Para efeito de comparação, o valor destinado na lei orçamentária de 2024 foi de apenas R$ 144 mil, enquanto a meta estipulada pelo Plano Plurianual 2024-2027 para 2024 era de R$ 270 milhões.

A Promotoria apontou que, no ritmo atual de investimento, seriam necessários 68 anos para eliminar o déficit de vagas, desconsiderando a tendência de crescimento da população carcerária. Essa situação, segundo o documento, não apenas compromete a integridade física e mental dos internos e servidores, como também enfraquece a política de segurança pública, favorecendo a atuação e fortalecimento de facções criminosas.