Praias de seis cidades da Região dos Lagos vão ter faixa de areia alargada
A areia está sendo removida do Canal do Itajuru, em Cabo Frio
Na última quinta-feira (20), após reunião do prefeito de Arraial do Cabo, Marcelo Magno (PL), com Thiago Pampolha (União), vice-governador do Rio de Janeiro e Secretário de Ambiente e Sustentabilidade do Estado, foi concedida, pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA), uma licença ambiental ao município, da Região dos Lagos, autorizando o alargamento da faixa de areia na praia no distrito de Monte Alto. Porém a licença ambiental beneficia também a mais cinco cidades banhados pela Laguna de Araruama – Saquarema, São Pedro da Aldeia, Araruama, Iguaba Grande e Cabo Frio. A construtora Brasform venceu a licitação para realização do desassoreamento, o custo estimado é de R$ 22 milhões.
Em Arraial do Cabo, no mesmo dia em que o INEA concedeu a licença, 10 caminhões seguiram para Monte Alto, onde teve início a intervenção. O projeto, que deve ser concluído ainda este ano, prevê um acréscimo de 30 metros, com uma elevação de 70 centímetros na altura da faixa de areia.
A areia para que o alargamento seja feito nas seis cidades, está sendo removida do Canal do Itajuru, em Cabo Frio. A previsão é remover em torno de 400 mil metros cúbicos de areia e detritos, o que equivale a mais de 28 mil caminhões, até setembro. De acordo com o Inea, o trabalho vai deixar o Canal com 2,5 metros de profundidade, hoje há trechos com somente 70 cm.
De acordo com o Porta Terra, especialistas alertam que as mudanças urbanísticas propostas pelo governo podem alterar o estado natural do corpo d’água. A laguna de Araruama é hipersalina, com salinidade mais alta do que a do mar. Aprofundar o canal em Cabo Frio pode dessalinizar a água, pois o fluxo mais rápido poderia impedir a evaporação gradual da água salgada.
A Procuradoria do Rio de Janeiro chegou a pedir a paralisação das obras de engorda na praia das Palmeiras em Cabo Frio, alertando sobre possíveis consequências, como o desaparecimento de trechos de mangue. Porém, Thiago Pampolha, vice-governador e secretário de Ambiente e Sustentabilidade do Rio de Janeiro assegura que houve estudos ambientais abrangentes e testes na areia utilizada, concluindo que não há risco ou dano ambiental envolvido nas obras, exceto pelo questionamento na praia das Palmeiras por parte de alguns moradores locais. Em outras praias, não foram relatados problemas.
A área é considerada uma laguna e não uma lagoa, pois possui uma conexão com o mar através do canal de Itajuru, em Cabo Frio.