Firjan envia carta ao prefeito contra proibição de veículos de carga no Centro de Campos
Federação pede um entendimento entre as autoridades para evitar impactos econômicos na economia e na geração de empregos
A Firjan Norte Fluminense enviou nesta terça-feira (27) uma carta ao prefeito de Campos, Wladimir Garotinho, expressando sua preocupação com a proibição iminente da circulação de veículos de carga no centro da cidade, a partir do próximo domingo (1). Para a federação, a medida trará impactos negativos significativos para a economia local, afetando diretamente as operações das empresas locais e a logística.
“A federação compreende a urgência da situação e a necessidade de uma medida contundente para melhorar a mobilidade e evitar acidentes, diante da paralisação das obras da Estrada dos Ceramistas, que se arrasta há um ano. Mas entendemos que um problema não deve provocar outro com impactos ainda maiores. A federação vem buscando mobilizar o poder público por uma resolução – a última vez no dia 15 deste mês, numa reunião com o governador Cláudio Castro. É preciso que os agentes públicos busquem com urgência um entendimento a respeito, mas a federação entende que esta proibição, se confirmada, geraria um novo problema, com novos impactos no crescimento econômico e na geração e manutenção de empregos”, disse o presidente da Firjan Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira, colocando a federação à disposição da prefeitura para colaborar na busca de soluções que equilibrem a melhoria do trânsito com a manutenção da vitalidade econômica.
Na carta enviada ao prefeito, a federação destacou o impacto logístico, por exemplo, no Distrito Industrial de Campos, que abriga empresas essenciais para a economia local. Além disso, estima-se que cerca de 12 mil caminhões mensais utilizem o Porto do Açu para importação e exportação e, com a proibição da circulação desses caminhões, haveria o risco de impacto direto nos empregos, e o risco indireto nas empresas de Campos que prestam serviços para o Porto.
Outro forte impacto seria no Polo Ceramista – o maior do estado, que emprega cerca de 3 mil pessoas e produz 60 milhões de peças por mês. Com a atual Estrada dos Ceramistas fechada, entre 4 e 5 mil caminhões da indústria ceramista passam pelo centro de Campos, e a proibição pode forçar o setor a enfrentar maiores dificuldades de transporte, aumentar o frete e diminuir a competitividade.
A federação destacou o papel vital da indústria na economia de Campos e do Norte Fluminense: com um PIB regional de R$ 26,4 bilhões, a indústria é responsável por 58% desse valor, sendo Campos a maior economia da região. O município é um polo industrial que emprega mais de 62 mil trabalhadores e é conhecido pela exploração de petróleo na Bacia de Campos, além de outras indústrias importantes, como construção civil, alimentos e bebidas, metalmecânica e agroindústria.