Mercado de trabalho em Macaé segue como o mais forte da região

Mercado de trabalho em Macaé segue como o mais forte da região

Mesmo assim o município apresentou pequena queda de postos em relação a Campos e SJB em 2023

O estoque de emprego formal contabilizado pela Relação Anual de Informações Sociais do Ministério do Trabalho (RAIS) ao final de 2023 registrou 130.321 vínculos em Macaé, 97.192 em Campos dos Goytacazes e 21.009 em São João da Barra, principais municípios empregadores da região. Na comparação com 2022, Macaé teve queda de 3,85% no total de vínculos, Campos cresceu 4,38% e SJB cresceu 27,61% no período, aponta o projeto Conjuntura Econômica Fluminense (Coneflu), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Unef).

Segundo o estudo, a avaliação direta do estoque de vínculos entre estes municípios é incorreta, já que é necessário observar as peculiaridades entre os mesmos. Macaé é sede de importante conjunto de empresas que operam no setor de petróleo da Bacia de Campos, enquanto SJB é sede de no Açu. Campos, por sua vez, faz limite com esses grandes investimentos exógenos (de fora) e se beneficia da sua importância histórica na produção de açúcar e álcool, além de relevante estrutura de município com cerca de meio milhão de habitantes.

“Podemos observar que em função da natureza petrolífera da economia em Macaé, o setor extrativo mineral apresenta uma participação importante de 18,2% do emprego total, muito diferente dos outros municípios. Consequentemente, a participação do emprego na indústria também supera os outros municípios com 13,1% do vínculo total. Complementarmente, os setores de serviços com participação de 39,3%; comércio com 11,7% e construção civil com participação de 15,5%, fecham a participação dos vínculos no ano”, afirma o economista Alcimar Chagas, do Coneflu e também professor da Unef.

SJB, também beneficiado por projetos de natureza exógena, tem destaque nos setores de serviço com participação de 49,1%; na construção civil, com participação de 19,8%; e na administração pública, com participação de 16,5% dos vínculos totais. Já Campos apresenta forte concentração do emprego em 47,0% no setor de serviços; 21,4% no setor de comércio e 9,6% no setor de indústria de transformação.

O olhar mais atento para o setor de comércio, o qual poderia considerar com fator de fixação da riqueza gerada localmente, segundo o estudo, mostra um “lado perverso” da movimentação econômica. É que parte importante da riqueza gerada localmente, com impacto no emprego e renda, pode escoar para outras regiões e o local gerador continuar pobre.

A participação do setor de comércio no vínculo de emprego total é menor em SJB, que atinge somente 4,0% total, enquanto Macaé atinge 11,7%. Campos, fora da rota dos investimentos exógenos, apresenta a maior participação, de 21,4% no total de vínculo neste mesmo ano.