Mercado de trabalho retrai em SJB e Campos em março e segue forte em Macaé

Pesquisa Coneflu no Norte Fluminense mostra ainda que atividades do setor do petróleo e gás beneficiam macaenses em todo o trimestre
O mercado de empregos formais no Norte Fluminense registrou retração em março deste ano se comparado a fevereiro para grande parte da região, mas o saldo ainda é positivo para seis dos nove municípios no acumulado dos três primeiros meses do ano. É o que aponta o projeto Conjuntura Econômica Fluminense (Coneflu), ligado à Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro (Unef), com base em dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Entre os três principais empregadores da região, que são Macaé, São João da Barra (SJB) e Campos dos Goytacazes, apenas Macaé, fortemente beneficiada pelos postos de trabalho ligados às atividades da indústria do petróleo e gás, teve saldo positivo em março. Enquanto no balanço entre admissões e demissões em março, SJB e Campos registraram, respectivamente, saldo de menos 128 e menos 211, o saldo de Macaé ficou positivo em 1.009 postos de trabalho.
Mesmo com a retração de março, tanto SJB quanto Campos ainda mantêm números positivos no acumulado dos três primeiros meses de 2025, com saldo de 187 postos para os sanjoanenses e 73 para o município campista. À frente, com bastante folga, Macaé ostenta a expressiva marca positiva de 3.009 postos de trabalho acumulados no primeiro trimestre deste ano, fruto de sua economia centrada nos negócios em torno da cadeia de energia do petróleo e gás.
“Houve desaceleração no saldo do emprego no Norte-Fluminense em março em relação a fevereiro. Março gerou 866 novas vagas e em fevereiro foram 2.162. Mas o saldo acumulado de 3.419 vagas no trimestre representa um crescimento se comparado ao mesmo período do ano passado. E aí aparece Macaé liderando o processo. Campos apresenta dificuldade porque eliminou empregos em março e o saldo acumulado é só de 73 vagas no trimestre; São João da Barra é a mesma coisa: eliminou vagas em março, mas tem um saldo positivo de 187 vagas no acumulado do ano”, explica o economista Alcimar Chagas, professor da Uenf e um dos coordenadores do Coneflu.
O economista observa ainda que grande parte do Norte Fluminense ainda apresenta a característica de não possuir indústrias, que remuneram melhor os trabalhadores, centrando as atividades basicamente no setor de serviços.
“O setor de serviço lidera na região com 2.431 novos empregos no trimestre, mas, na verdade, é um emprego de baixo salário, baixo teor tecnológico. E o problema está no comércio. O setor, no acumulado do trimestre, eliminou 222 vagas. Isso é um problema muito sério. E a gente observa que até São João da Barra, que tem o Porto do Açú, não gerou vagas. e Campos apresentou um resultado muito ruim, eliminou 370 vagas no comércio no trimestre de 2025”, acrescentou.
Além de Macaé, o saldo em março foi positivo também para Carapebus, com 188 postos, São Francisco de Itabapoana, com 48, e Cardoso Moreira, com uma vaga a mais.