No guarda-roupa: Inea resgata gato-maracajá em uma residência, em Campos
Ameaçada de extinção, espécie foi levada para a sede do Parque Estadual da Lagoa do Açu onde foi examinada e devolvida ao seu habitat
Para uma moradora do município de Campos dos Goytacazes, era para ser um dia como outro qualquer se não fosse um gato-maracajá em cima do guarda-roupa. A cena inusitada aconteceu no último dia 27 quando, ao chegar em casa, uma moradora se deparou com o animal em seu quarto. Imediatamente, ela acionou o Corpo de Bombeiros que entrou em contato com o Instituto Estadual do Ambiente (Inea).
Guarda-parques do Parque Estadual da Lagoa do Açu, Unidade de Conservação administrada pelo Inea, foram à residência com o objetivo de resgatar o animal. Ao chegarem ao local, o gato-maracajá foi encontrado sob uma pia da cozinha. Contudo, a captura exigiu uma boa performance da equipe. Isso porque, a espécie corria muito pela residência e acabou escapando em direção à rua, onde finalmente foi resgatada.
O gato-maracajá, um indivíduo adulto, foi levado para a sede do Parque Estadual da Lagoa do Açu, em Campos dos Goytacazes, onde foi avaliado por um médico veterinário, que atestou boas condições de saúde. O animal foi devolvido ao seu habitat no mesmo dia do seu resgate, em área dessa unidade de conservação estadual.
O gato-maracajá é uma espécie ameaçada de extinção classificada como “Vulnerável” no Brasil pelo Ministério do Meio Ambiente. Esse felino, de porte pequeno a médio e com hábitos noturnos, passa grande parte de sua vida nas copas das árvores. Sua distribuição no território brasileiro está intrinsecamente ligada a ecossistemas florestais bem preservados.
A alimentação dessa espécie é composta por pequenos mamíferos, fazendo com que o gato-maracajá seja um regulador biológico natural no ecossistema. Essa função previne a superpopulação de outros tipos de animais (herbívoros e insetívoros), que poderiam comprometer a estabilidade da flora.
“A ocorrência de gato maracajá no Parque Estadual da Lagoa do Açu demonstra que a unidade de conservação mantém corredores ecológicos, ou uma extensão de mata suficiente para sustentar populações viáveis dessa espécie” destacou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
“A presença dessa espécie na nossa unidade de conservação confirma a qualidade ambiental da Mata Atlântica ali preservada, assegurando a proteção do habitat que a nossa unidade de conservação oferece” explicou o gestor do Parque Estadual da Lagoa do Açu, Samir Mansur.
Sobre o parque
Com 8.276,67 hectares de área, o Parque Estadual da Lagoa do Açu abrange parte dos municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra. A unidade de conservação abarca um dos mais ricos e bem preservados remanescentes de vegetação de restinga do Estado do Rio de Janeiro e é um local de passagem de aves migratórias.

