Ratinho-goytacá, ameaçado de extinção, flagrado no Parque Estadual da Lagoa do Açu, em Campos

Imagem foi captada por uma armadilha fotográfica
Ameaçado de extinção, um ratinho-goytacá (Cerradomys goytaca) surge percorrendo o Parque Estadual da Lagoa do Açu, unidade de conservação administrada pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e situada no município de Campos dos Goytacazes, no Norte do Estado. A imagem foi capturada, há cerca de dois meses, por uma armadilha fotográfica instalada pelo Inea em uma das trilhas da unidade de conservação.
De hábitos noturnos, o pequeno roedor habita geralmente as áreas mais abertas da mata de restinga. Alimenta-se preferencialmente de coquinhos de guriri, e exerce importante função para o meio ambiente, pois atua como dispersor de sementes além de ser um bioindicador ambiental. Isso porque a sua existência e saúde estão ligados ao estado de conservação da restinga onde ele habita, de forma restrita e exclusiva.
“A presença dessa espécie no nosso parque deve-se ao elevado grau de preservação da unidade de conservação. Por isso, é considerado um bioindicador ambiental” destacou o gestor do Parque Estadual da Lagoa do Açu, Samir Mansur.
O ratinho goytacá só é encontrado nas restingas do Norte Fluminense, em áreas protegidas. Esse pequeno roedor foi descoberto pelos pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), William Tavares, Leila Maria e Pablo Gonçalves no Parque Nacional de Jurubariba e foi avistado também no Parque Estadual da Lagoa do Açu.
“A espécie faz parte da Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção da União Internacional para a Conservação da Natureza(IUCN) devido à perda de habitat e a presença de espécies exóticas que acabam por predar e competir por recursos com esses pequenos roedores” disse o biólogo e Coordenador de guarda-parques do Parque Estadual da Lagoa do Açu, Carlos Bruno de Lemos.
Sobre o parque
Com 8.276,67 hectares de área, o Parque Estadual da Lagoa do Açu abrange parte dos municípios de Campos dos Goytacazes e São João da Barra. A unidade de conservação abarca um dos mais ricos e bem preservados remanescentes de vegetação de restinga do Estado do Rio de Janeiro e é um local de passagem de aves migratórias.