Suspeita de matar filho adotivo de 7 anos é presa em Rio das Ostras

Criança era de Macaé e foi levada a um hospital na cidade vizinha
A Polícia Civil de Rio das Ostras, na Região dos Lagos, trabalha para avançar nas investigações do caso de uma mulher presa em flagrante nesta terça-feira (25), suspeita de ser a responsável pela morte do filho adotivo, de 7 anos. Ela tinha a guarda da criança há 5 meses e, na última segunda-feira (24), o menino teria “passado mal” em Macaé, onde a família mora, mas foi levado para a cidade vizinha, ao Hospital Pediátrico de Emergência Doutora Naelma Monteiro, onde morreu pouco depois.
O caso gerou grande comoção e revolta nas duas cidades, após o Instituto Médico Legal (IML) de Macaé identificar lesões antigas e recentes no corpo da criança. Havia ainda marcas de queimaduras nas pernas e na virilha, levantando a fortes indícios de que o menino, que sofria do espectro autista, era vítima de maus-tratos.
A Polícia Civil abriu investigação para apurar as circunstâncias da morte assim que foi acionada. A avó do menino foi ouvida na delegacia e a mãe guardiã, que não teve o nome divulgado, foi presa em casa, no bairro Mirante da Lagoa, em Macaé. O crime foi notificado pelo médico que atendeu a criança no hospital.
O que mais chamou a atenção foi o fato de a mãe adotiva morar em Macaé e levar a criança para Rio das Ostras. A polícia investiga se essa decisão da mulher teve alguma motivação específica. Na delegacia, a suspeita negou qualquer tipo de agressão, mas não convenceu a polícia, que apurou, inclusive, que a criança estava em processo de adoção.
O Conselho Tutelar também estranhou o fato de a mulher ter saído de Macaé para socorrer o menino na cidade vizinha. Não havia registro da criança no órgão e o caso só chegou ao conhecimento do Conselho por meio da delegacia. Atendimentos no Conselho Tutelar são abertos com um registro, que fica no sistema, o que poderia ter levado a mulher a sair de Macaé.
O Conselho Tutelar reforçou que, em caso de suspeita, a população deve fazer denúncia ao órgão dentro de seu município, como forma de coibir a violência infantil, que pode acabar resultando na morte de uma vítima inocente.