Porto do Açu reserva mais dois milhões de m² para projetos de hidrogênio verde
Nova área se soma a 1 milhão de metros quadrados já licenciados no complexo logístico
O Porto do Açu, em São João da Barra, – controlado pelo Prumo Logística – irá reservar mais dois milhões de metros quadrados de sua área para projetos de hidrogênio verde destinados à produção de e-metanol e combustível sustentável de aviação (SAF), noticiou o site especializado Eixos. A informação é do CEO da Prumo Logística, Rogério Zampronha, na última quarta (4).
A nova área se soma a 1 milhão de metros quadrados já licenciados no porto localizado no norte do estado do Rio de Janeiro, com contratos de reserva pelas empresas Fuella e a HIF Global.
“Não são memorandos de entendimento, são contratos de locação pagos com empresas internacionais”, disse Zampronha em encontro com jornalistas.
A norueguesa Fuella assinou o primeiro contrato do hub para desenvolver uma planta de amônia verde de até 520 MW. Já a HIF Global planeja uma instalação para produção de e-metanol, para a descarbonização do transporte marítimo.
“As grandes petroleiras deixaram de ser protagonistas [na transição energética]. Agora percebemos empresas financiadas por fundos de capital privado, soberanos ou verdes, como a Fuella e a HIF Global”, avaliou o CEO.
Para o executivo da Prumo, o transporte marítimo vai ser um divisor de águas no uso de combustíveis verdes, por conta da sua maior viabilidade econômica.
“O impacto do custo adicional para o consumidor final é menor, pois é diluído em grandes volumes de carga. […] Enxergamos uma pressão significativa, especialmente da União Europeia, para a adoção do e-metanol em novas embarcações”, explicou.
Parcerias estratégicas
Além dos contratos firmados com Fuella e HIF, o Porto do Açu espera anunciar mais duas empresas interessadas em produzir combustíveis verdes para a aviação e navegação a partir do hidrogênio.
Outra parceria estratégica está em desenvolvimento com a Vale, que estuda um mega hub no porto para produção de ferro-esponja (HBI), utilizando hidrogênio verde, como parte de sua cadeia de descarbonização do aço.
“O projeto de HBI amadureceu muito, e não mudou seu curso com o novo CEO da Vale”, disse Zampronha.
O projeto da Vale integra a Plataforma de Investimentos em Transformação Climática e Ecológica do Brasil e foi selecionado pelo governo brasileiro para captar US$ 2,5 bilhões internacionalmente.
A Vale, inclusive, assinou um acordo no início do ano com a Anglo American para adquirir 15% de participação acionária da Anglo American Minério de Ferro Brasil, que atualmente detêm os recursos da Vale da Serra da Serpentina, e o minerioduto Minas-Rio, que transporta minério de ferro até o Porto no Açu.
Zampronha explica que este minerioduto utiliza água no transporte do mineral, e que essa água será reutilizada no futuro para produção de hidrogênio verde pelos projetos que devem se instalar no hub do Açu.