Com taxas zeradas de evasão, seis escolas do NF recebem Prêmio Firjan Sesi e Seeduc

Com taxas zeradas de evasão, seis escolas do NF recebem Prêmio Firjan Sesi e Seeduc

Quase 20 mil estudantes permaneceram nas unidades de ensino nos últimos dois anos. Iniciativa levará gestores a uma imersão nacional e internacional

Em reconhecimento às taxas zeradas de evasão e abandono escolar em 66 escolas estaduais – que levaram 19.997 alunos a continuarem os estudos em 2023 e 2024 –, a Firjan realizou na segunda-feira (8), a cerimônia de entrega do Prêmio Firjan Sesi e Seeduc de Combate à Evasão, reunindo gestores de unidades que abrangem todas as regiões do estado. Das 66 escolas premiadas, seis são do Norte Fluminense.

A iniciativa é parte das ações desenvolvidas a partir da pesquisa “Combate à evasão no Ensino Médio: desafios e oportunidades”, realizada em 2023 pela Firjan SESI em parceria com o PNUD, a fim de reconhecer os esforços para a redução do abandono escolar e disseminar boas práticas contra essa tragédia silenciosa, que amplifica desigualdades sociais e impacta a economia.

“Esta é uma das mais importantes iniciativas de nossa instituição no campo da educação. A Firjan Sesi tem como missão contribuir para a melhoria da qualidade de vida não só do trabalhador da indústria, como também da sociedade, por meio da educação. E 90% dos trabalhadores do setor industrial são oriundos da rede pública de ensino. Hoje, com a divulgação e o reconhecimento das escolas estaduais vencedoras do Prêmio Firjan Sesi-Seeduc Combate à evasão, estamos reiterando o compromisso com esta missão”, disse o presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.

Enquanto a taxa de abandono geral foi de 5,6% entre 2023 e 2024, as 66 escolas zeraram o índice, impactando um total de 19.997 estudantes que permaneceram nas unidades. As escolas foram classificadas de acordo com seis níveis de complexidade de gestão, considerando indicadores do INEP que levam em conta fatores como tamanho da unidade, número de alunos, infraestrutura, entre outros.

Seguindo essa classificação de complexidade, as unidades foram divididas em duas categorias. No Prêmio Ouro, os gestores de 14 unidades – sete delas da Baixada Fluminense – farão uma visita às universidades de Lisboa e do Porto, em Portugal, onde terão palestras com especialistas da área e conhecerão iniciativas internacionais sobre o tema. Já no Prêmio Prata, representantes de 52 unidades farão uma imersão de quatro dias em escolas de Pernambuco, estado com maior cobertura de Ensino Médio integrado a Cursos Técnicos e referência nacional com os menores índices de evasão e abandono.

Os colégios estaduais premiados no Norte Fluminense foram Almirante Barroso e Doutor Barros Barreto, de Campos; Admardo Alves Torres e Chrisanto Henrique de Souza, de São João da Barra; Agostinho Chryzanto de Araújo, de São Francisco de Itabapoana; e Montese, de São Fidélis. Todas estão no Prêmio Prata e os gestores farão uma imersão em unidades de Pernambuco.

“Premiar boas práticas no combate à evasão contribui, efetivamente, para a melhoria da qualidade da educação, na medida em que não só incentiva ações de resgate desses jovens de volta à escola, mas sobretudo garante a permanência dos estudantes em sala de aula”, disse a secretária estadual de Educação, Roberta Barreto.

Ações de combate à evasão e abandono escolar
Entre as iniciativas que contribuíram para a queda na evasão escolar estão ações como as do CIEP 333 Cacilda Becker, em Nova Iguaçu. Com ensino integral, a unidade estimulou atividades interdisciplinares com uso de novas tecnologias, como óculos de realidade virtual, caneta 3D, trabalhos feitos com impressora 3D, noções de robótica, além de incentivar a participação em olimpíadas digitais e interdisciplinares.

Desde 2023, quando foi lançada a pesquisa da Firjan Sesi com a PNUD, foram realizadas diversas ações para combater o problema, como cursos técnicos, de qualificação e formação profissional, reforço em matemática, oficinas de Robótica, formação de gestores e prêmios como este e o Rio de Letras, que estimula a leitura e a escrita de alunos do Ensino Médio das redes estadual e Firjan SESI.

A pesquisa apontou que meio milhão de jovens acima de 16 anos abandonam as escolas a cada ano. O problema é mais grave quanto mais vulnerável for a população: só 46% da camada social 1/5 mais pobre conclui o Ensino Básico. De forma geral, 6 a cada 10 brasileiros concluem o Ensino Médio até os 24 anos. Se essa taxa se igualasse à do Chile (93,4%) o custo evitado para o país seria de R$ 135 bilhões por ano.

“Com esta iniciativa, a Firjan Sesi foi além dos estudos que auxiliam no planejamento e na tomada de decisão de empresários e gestores públicos: propôs e vem executando ações concretas contra este grave problema, que aumenta as desigualdades sociais e dificulta o desenvolvimento socioeconômico”, disse diretor de Educação e Cultura da Firjan Senai Sesi, Vinícius Cardoso.

A pesquisa reuniu ainda quase 100 experiências nacionais e internacionais que servem de referência e inspiração para gestores públicos. Entre os principais obstáculos estão distorção idade-série, baixo aprendizado, desigualdade social e econômica, falta de orientação sobre carreiras e, como consequência, um baixo engajamento dos alunos com os estudos.