Mercado de trabalho no NF mostra equilíbrio em Macaé e Campos sem dinâmica
Macaenses têm ao dispor, maior leque e equilíbrio de atividades, diante da economia campista majoritariamente ligada ao setor de serviços
Dados recentes divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) referentes à empregabilidade no Norte do Estado do Rio de Janeiro mostram significativo desequilíbrio entre os dois municípios com a economia mais forte na região: Campos e Macaé. Em setembro último, a região gerou 1.352 postos de trabalho, 42% a mais em relação a agosto. Considerando o quadro de janeiro a setembro, as diferenças são bem nítidas, aponta o economista e professor universitário Alcimar Chagas.
“Macaé puxa esse incremento no mês e também quando analisamos os dados desde o início do ano, com mais de 11 mil novos postos de trabalho que foram ocupados no Norte Fluminense. Nesse período, Macaé foi responsável por 61% dessas ocupações, enquanto Campos respondeu por 42%”, relatou o economista, explicando que o fato de a soma de Macaé e Campos ultrapassar a 100% deve-se à questão de que São João da Barra ter registrado números negativos no mesmo período, com mais de mil demissões no Porto do Açu.
Uma situação que reflete a vantagem de Macaé em relação a Campos, destaca o economista, é o equilíbrio registrado entre as atividades da economia dos macaenses. “Macaé tem seus trabalhadores bem distribuídos entre a indústria, o setor de serviços e a construção civil. Já Campos concentra 63% de seus empregos no setor de serviços. Isso é um problema, porque é uma atividade enquadrada em um ‘nível baixo’, com remuneração reduzida”, explica.
Outro ponto negativo, acrescenta o economista, é a sazonalidade do setor sucroalcooleiro em Campos e São Francisco de Itabapoana, que são municípios importantes produtores de cana-de-açúcar. “Trata-se de uma atividade importante, mas que movimenta um maior número de trabalhadores apenas durante quatro ou, no máximo, cinco meses, no período da safra, de maio a agosto. Passado esse período, os trabalhadores são dispensados em sua maioria”.
Uma das soluções, aponta, seria o investimento em atividades industriais e do setor de tecnologia, propagadoras de maior conhecimento, fomentando negócios mais lucrativos. “Com isso, teremos a dinâmica de elos de cadeias produtivas mais dinâmicas, mais rentáveis, com melhores salários e reflexos positivos na economia local. E até mesmo proporcionando melhorias na arrecadação de impostos desses município”, conclui Alcimar Chagas.