Produção Industrial do Estado do RJ perde força em 2024, aponta Coneflu
Desaceleração dos investimentos nas atividades petrolíferas do Pós-sal na Bacia de Campos é considerada uma das principais causas para a retração
A produção industrial do Estado do Rio de Janeiro perdeu força ao longo dos meses de 2024, aponta o projeto Conjuntura Econômica Fluminense (Coneflu), da Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf). Em janeiro, a taxa da produção industrial física geral atingiu crescimento de 6,4% em relação ao mesmo mês do ano anterior, evoluindo para 9,1% em fevereiro. Mas desacelerou substancialmente nos meses seguintes, até atingir uma taxa de 5,8% de queda em outubro com relação ao mesmo mês do ano anterior.
“Uma explicação para esta desidratação está na desaceleração dos investimentos nas atividades petrolíferas do Pós-sal. Apesar das propostas de intenção relacionadas à Bacia de Campos, a constatação é de que o interesse dos grandes operadores é pela Bacia de Santos”, explica o economista e professor da Uenf Alcimar Chagas, integrante do Coneflu.
Na trajetória da Indústria extrativa, houve uma retração acentuada a partir de julho, quando a taxa atingiu 9,4% de queda em relação ao mesmo mês do ano anterior. Em outubro, a queda chegou a 10,1% no setor, que era o pilar de sustentação da indústria geral. Os reflexos atingiram frontalmente a indústria de transformação, que nos últimos dois meses chegaram a resultados negativos, considerando o mesmo período de 2023.
“Pensar a indústria do Rio de Janeiro no contexto da diversificação econômica é fundamental, especialmente quando se observa a trajetória histórica da Bacia de Campos e suas peculiaridades intrínsecas à formação de suas cadeias de valor”, conclui Alcimar Chagas.