Rio terá mais de 90% da produção nacional de petróleo nos próximos anos, aponta Firjan
O Anuário de Petróleo no Rio 2023 projeta a geração de mais de 17 mil postos de trabalho até 2028
A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) lançou, na última terça-feira (11) o Anuário de Petróleo no Rio 2023, que mostrou o cenário de projeção da produção até 2030. De acordo com a publicação, o Rio de Janeiro apresenta perspectivas de aumentar sua parcela de produção nacional para mais de 90% nos próximos anos e chegando ao volume potencial de 4,8 milhões de barris/dia no final desta década. O documento apresenta no capítulo de Exploração e Produção a visão dos novos campos produtores e o potencial agregado a ser alcançado pelo estado fluminense.
Nesta 8a edição, há a atualização do mercado no Rio, no Brasil e no mundo com análises de diferentes visões, dados dinâmicos em Painel Interativo, Mapa do Petróleo no Rio, como ferramenta de geolocalização e, a novidade, o Guia das Participações Especiais com as principais informações de arrecadação de royalties e participações especiais no estado e municípios do fluminense.
“Diante do contexto interno, com a mudança de governo, e mundial, com a guerra Rússia e Ucrânia, as empresas necessitam de informações rápidas e acessíveis para montar suas estratégias de atuação num mercado bastante competitivo. O levantamento do Anuário traz boas perspectivas e um melhor posicionamento do Rio de Janeiro e do país, com o aumento da produção, gerando desenvolvimento socioeconômico para todos”, destaca o vice-presidente da Firjan, Luiz Césio Caetano.
O documento apresenta ainda artigos da Firjan SENAI SESI e de parceiros como a EPE, Petrobras, PRIO, IBP, ANP e Secretaria de Estado de Energia e Economia do Mar do Rio de Janeiro (Seenemar). Intitulado “Petróleo: uma fonte de riquezas para o país a partir do litoral fluminense”, uma das análises feitas pela Firjan SENAI SESI explicita os reflexos socioeconômicos proporcionados pelo mercado de petróleo do Rio de Janeiro para a geração de receitas em todo o país, por meio de recursos das participações governamentais distribuídas. Também ressalta o impacto nas cadeias produtivas e na arrecadação via tributos, além da capacidade de gerar mais de 17 mil postos de trabalho até 2028, relacionados a operação das novas plataformas que iniciarão a produção no período 2023-2028.
Produção em crescimento
A Firjan SENAI SESI também destaca a energia do futuro a partir do mercado de petróleo, trazendo uma análise do posicionamento atual das companhias de petróleo no contexto da transição energética e suas variadas estratégias de descarbonização. “Para suportar o crescimento de produção em 50% até 2030 e a transição energética, é fundamental investimentos em pesquisa e inovação e a liberação do trabalho em novas áreas, novas frentes”, afirma Karine Fragoso, gerente de Petróleo, Gás e Naval da federação.
Já a Petrobras, em seu artigo, aborda o sucesso da parceria da companhia com o estado do Rio, destacando seus ativos no estado, investimentos e projetos que constam em seu Plano Estratégico 23-27, inclusos projetos em novas energias. A EPE apresenta o contexto do planejamento energético nacional sob um olhar voltado para descarbonização e transição energética.
A PRIO traz suas perspectivas para o mercado nacional de campos maduros, destacando o papel das empresas independentes de médio e pequeno porte no mercado. Considerando o segmento de Abastecimento, o IBP traz suas perspectivas para o downstream no Brasil. O Instituto indica a necessidade de investimentos na ordem de R$120 bilhões na expansão das infraestruturas existentes e projetos greenfield, resultando em uma redução anual de R$ 2 bilhões no custo total de abastecimento e redução das emissões de CO2.
Ainda no capítulo de Abastecimento, a Firjan SENAI SESI aponta o Rio de Janeiro como vetor de segurança do abastecimento do Brasil. O estado é o verdadeiro garantidor do abastecimento interno do país, sendo responsável por fornecer 70% do óleo que é refinado no Brasil. “A avaliação traz a importância de investimentos na modernização e no retrofit das refinarias nacionais de modo a aumentar o aproveitamento do óleo nacional no refino”, diz Karine Fragoso.
A ANP, por sua vez, aborda as perspectivas e tendências para PD&I no mercado de petróleo, discorrendo sobre as obrigações das petrolíferas e o impacto da evolução dos investimentos para gerar novas tecnologias, que correspondam as novas demandas da pauta de sustentabilidade e descarbonização. Já a Seenemar fala sobre a importância do petróleo para o Rio de Janeiro e as ações para a garantia da sustentabilidade social e fiscal no longo prazo, trazendo o impacto das receitas obtidas pelo mercado para a economia fluminense.